sábado, 15 de setembro de 2007

Pillowman



Ficamos a pensar.... na maneira que temos de gostar dos outros.
Existem muitas, muitas maneiras, muitas combinações de gostar e outras tantas de mostrar que gostamos dos outros.
Ficamos a pensar se evitar o sofrimento, a dor, a perda da inocência compensam ou não morrer mais cedo que o que era de esperar.
Se compensa, então o Homem-almofada tem uma missão. Dar a escolher.

"Vais sofrer muito no futuro, é melhor para ti morreres já. Mas a escolha é tua. Só morres se quiseres".
"E.. nao vou sofrer?"
"Não."
"Então o meu irmão também não vai sofrer. E não vai escrever histórias..."
"Pois...não"
"Ahh... não quero. Prefiro sofrer a não ouvir as histórias do meu irmão."

Amar é assumir. Assumir o sofrimento e não fugir dele. Sofrer sem medo nem pena.
Se assim é.... talvez o Homem-almofada não faça tanta falta.


Não poderá o homicídio de quem queremos bem ser o expoente mais alto do amor se, desta forma, estivermos a evitar o sofrimento extremo?


Grande peça de teatro.
A tocar na fragilidade e na fácil manipulação da verdade. A lembrar George Orwell e o seu 1984. A lembrar a censura.
Humor negro...brilhante.
Atreveria a classificar também de negro... o amor.

"Conta-me uma história, katurian. Adoro ouvir as tuas histórias."


Sem comentários: