domingo, 27 de maio de 2007



Hoje queria escrever alguma coisa em condições.

É uma missão difícil... sou sempre demasiado sincera para escrever sobre mim, assim, algo público.

Não tenho diário. Tive uma espécie de um diário até há bem pouco tempo. Por motivos que não lembram a ninguém... não resultou.

Com o tempo dou-me conta de que há coisas que ninguem pode perceber. Que ninguem, nem uma pessoa sequer deve saber.

As pessoas têm muitos segredos. Muitos segredos até para si próprias.

Enganam-se constantemente, para não se magoarem.
Eu tambem sou assim... somos todos! Dou-me por satisfeita por ter a consciência disso.

Enganamo-nos quando assumir que estavamos errados nos fere o coração (ou será o orgulho?)...
Mentimos quando descobrimos que não somos assim tão donos do nosso nariz, que o mundo não é nosso. Mentimos quando achamos que queremos ser felizes.
Porque ninguém quer.
Só queremos "querer ser feliz" e não sê-lo. É contra natura não ter problemas, não discutir, não estarmos preocupados com nada, termos a pessoa perfeita, a ocupação perfeita, a família perfeita.... contra natura e, na minha opinião, uma boa razão para o suicídio..


Mentimos quando acreditamos que trabalhamos para os outros. Quando fingimos não estar à espera de uma recompensa...principalmente a nível emocional...
É provavelmente o maior pecado da Humanidade:
Dar para receber sempre algo em troca.

Se calhar não é pecado... é uma fraqueza.



4 comentários:

Sara disse...

Gostei.

Somos fracos, sim. Fracos não por esperarmos algo em troca, mas por não nos darmos por contentes com o que nos é dado em troca... Porque damos e depois somos demasiado exigentes com a recompensa. Às vezes o que recebemos é mínimo, mas tão significativo como se fosse enorme.

Mais do que esperar pela felicidade, mais do que "querer ser feliz", há que trabalhar para o ser. Lutar. E desistir quando assim for preciso...

[desculpa a divagação... mas gostei, mesmo. =)] *

joana disse...

Posso discordar?
E achar que podemos exigir? Que devemos até? Que temos o direito de procurar aqueles que nos dão valor, que gostam de nós, que nos aceitam como somos? Porque isso é talvez um sinal de algo primordial e imprescindível: que nos aceitamos a nós próprios, que gostamos de nós próprios. E que isso é a pedra basilar do bem-estar e do equilibrio emocional... Como dizia a outra senhora "The Greatest love of all". Não por ser o maior, mas por ser o primeiro, por ter de ser o primeiro... Porque nos ajuda a aceitar os nossos próprios erros, os nossos defeitos, no fundo a nossa humanidade.
É talvez ao fugir dessa humanidade que se criam os universos paralelos, essas "bolhas" de fantasia onde as pessoas fingem viver e onde a tal Perfeição é possível. Como se a felicidade fosse isso...

Gostei Cris, tás lá, valeu o esforço...

Bjs,

Joana Pereira

sirk disse...

Podes discordar, podes achar que se pode exigir e também podes aprender a cozinhar paella para eu comer, :)
Eu adoro-me, lol
E tu? :P

Anónimo disse...

Eu também te adoro Kris, mas tou farta fartinha de comer arroz...

Beijos,

Joana